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Fechado La Brugeoise et Nicaise et Delcuve EFL

Os fechados La Brugeoise da Marumbi Modelismo representam uma fase importante na história da Estrada de Ferro Leopoldina, uma das ferrovias mais significativas do Brasil em seu período de atuação. A Leopoldina, que em seu auge se estendia por mais de 3.200 km, conectava o Rio de Janeiro a Juiz de Fora, Vitória, Macaé, Volta Redonda, Nova Friburgo e muitas outras cidades nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

 

Fundada em 1854, a Leopoldina teve vários momentos marcantes em sua história que ajudaram a moldar o contexto dos fechados La Brugeoise. Se você é um especialista em EFL, pode pular para a próxima foto colorida.

Início do Século XX (1900-1920): Neste período, a ferrovia consolidou sua importância econômica e social ao facilitar o transporte de produtos agrícolas e minerais. A expansão dos trilhos e a modernização das locomotivas impulsionaram o desenvolvimento econômico nas regiões que a linha percorria. Um exemplo importante é a construção da grande estação Barão de Mauá no Rio de Janeiro. É também neste período que a Leopoldina adquiriu os fechados metálicos La Brugeoise, cuja história será detalhada a seguir.

Vagão fechado em foto de fábrica, Beyer-Peacock Review, edição de janeiro de 1931.

Década de 1930: Durante a Grande Depressão, a ferrovia enfrentou sérios desafios econômicos. Apesar disso, o governo brasileiro começou a investir em melhorias na infraestrutura e na modernização da frota, ajudando a manter a competitividade da Leopoldina.


Décadas de 1940 e 1950: A Estrada de Ferro Leopoldina continuou a ser essencial para o transporte de bens, especialmente produtos agrícolas e minerais, durante a Segunda Guerra Mundial e na década de 1950. O crescimento industrial e a urbanização também aumentaram a demanda pelos serviços da ferrovia.
 

Década de 1960: A ferrovia começa a enfrentar uma concorrência crescente dos transportes rodoviário e aéreo. A deterioração da infraestrutura e a necessidade de investimentos em modernização tornaram-se evidentes, levando a Leopoldina a iniciar processos de reestruturação.
 

Década de 1970: A crise financeira e a pressão por maior modernização e eficiência trouxeram desafios significativos para a administração. A Leopoldina, incorporada à Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), uma empresa estatal criada para centralizar e coordenar as ferrovias brasileiras, entra em seu plano de erradicação de ramais deficitários. Esta incorporação visava melhorar a gestão e operação das ferrovias no país.
 

Entre 1900 e 1975, a Estrada de Ferro Leopoldina em sua configuração clássica, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico e social das regiões que servia. Os fechados metálicos adquiridos entre 1926 e 1947 foram uma parte moderna e significativa de sua frota até a criação da RFFSA em 1957.

Fechado La Brugeoise, já com as cores e tipologias da RFFSA, renumerado como FA-1102.

A Marumbi escolheu um vagão fechado metálico comum de 30 toneladas, adquirido pela Leopoldina Railway da empresa belga La Brugeoise & Nicaise et Delcuve, com o pedido feito em fevereiro de 1926. Este vagão possui várias características típicas dos fechados da Leopoldina, como o teto em duas águas, a escada lateral escalonada, o pega-mão curvo e o truque de mola aparente singela, muito utilizado pela ferrovia.Devido à tipologia e ao histórico do vagão, a Marumbi oferece o modelo em duas escalas: HO, com truques HOm, e escala O, para quem modela ferrovias de 760 mm em On30.

Bogie (truque) de mola aparente singela, desenvolvido pela Marumbi Modelismo para este modelo.

Portanto, é possível utilizar este vagão para refletir a era a vapor da Leopoldina, bem como suas principais locomotivas a diesel, ao escolher os recortes de pintura e realizar as modificações apropriadas. Abaixo, vemos um vagão La Brugeoise trabalhando lado a lado com uma locomotiva Pacific tanque da Leopoldina, ainda nos anos 60.

Como mencionado, a Leopoldina passou por um intenso processo de modernização e eliminação de ramais deficitários entre as décadas de 1960 e 1970, sob a administração da RFFSA como sua 7ª Divisão. Esses processos resultaram no remanejamento de grande parte da frota para as divisões Cearense e para a bitolinha da EFOM, onde esses vagões, após servirem à Leopoldina por quatro décadas, encontraram uma nova utilidade.

Vamos começar analisando as pinturas da ferrovia original. A primeira delas é a pintura de fábrica, cuja foto está no topo deste texto. As referências de cores foram fornecidas por Marcelo Lordeiro, que também contribuiu com projetos mecânicos e com a disponibilização de quase todas as fotos usadas neste artigo.


Em 1957, com a incorporação da Estrada de Ferro Leopoldina (EFL) pela Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), os vagões receberam uma nova identidade visual. A pintura padrão da RFFSA foi adaptada para refletir os regionalismos de cada uma de suas ferrovias formadoras, resultando em uma fase rica em variações de pintura.


O vagão La Brugeoise, portanto, passou a apresentar o seguinte padrão de pintura:

Basicamente, o padrão de pintura do vagão La Brugeoise inclui a inscrição da ferrovia e a regional a que pertence, a numeração com a tipologia e a manga, além das inscrições de tara e lotação. Abaixo, há um pequeno espaço para a data e a descrição da última reparação, e, no lado oposto, o quadro tricolor que indica a revisão das partes móveis.

Em uma pintura posterior, o vagão La Brugeoise passou a exibir o logotipo da RFFSA, adotado no início dos anos 70. Além disso, foram incluídas as inscrições "7ª DIVISÃO" e, em alguns casos, "REGIONAL CENTRO" precedendo a identificação. Frisamos que essas pinturas eram bem mais raras, sendo a primeira a pintura que mais representa o vagão por toda sua fase na Leopoldina.

Para aumentar sua capacidade de transporte, a Leopoldina modernizou parte de sua frota de vagões La Brugeoise, substituindo os truques originais por modelos fundidos com duas molas aparentes. Essa modificação elevou a capacidade de carga do vagão para 47 toneladas, resultando na classificação dos vagões como FB em vez de FA. A Marumbi informa que todos os decais de numeração FB acompanham truques com duas molas aparentes, enquanto os vagões FA mantêm os truques com apenas uma mola aparente.

Algumas poucas unidades receberam uma placa com o logo da RFFSA e inscrições completas. A Marumbi disponibiliza esse decal ao modelista, que deverá aplicar um estireno sobre o vagão após a pintura para representa-lo.

Apesar das tentativas de ampliar sua capacidade, os vagões La Brugeoise já tinham quase quarenta anos de idade. Isso levou a RFFSA a destinar as unidades remanescentes para usos finais, como transporte de cimento ensacado e tijolos. A diferença de volumetria entre esses vagões e os novos vagões FRC e FHC da Leopoldina, era bastante visível.

Além do serviço ordinário de cargas, a Leopoldina destinou alguns desses vagões fechados para o Transporte Rápido, o serviço rodoviário da ferrovia. Esse serviço oferecia transporte de cargas com prioridade, muitas vezes combinando o transporte rodoviário e ferroviário para um serviço porta a porta. Em várias ocasiões, esses vagões eram acoplados aos trens de passageiros para otimizar o tempo de transporte. Trens estes muitas vezes puxados por GE U8B, outro produto que você encontra em nosso site.

Esses vagões eram identificados de forma distinta dos demais pelas inscrições “TRANSPORTE RÁPIDO” e “EXPRESSO”. Além disso, possuíam uma faixa branca na porta com a inscrição “RODOFERROVIÁRIO E. F. LEOPOLDINA”.

Uma vez esgotadas as possibilidades de uso na Leopoldina, parte destes vagões encontra uma segunda vida em um sistema aonde eles ainda poderiam ser produtivos, a bitolinha da EFOM:

Na EFOM, além de serem equipados com truques adaptados para bitola de 76cm, os vagões também receberam engates de boca de sino e foram identificados com a série TD, que correspondia à identificação adotada pela Regional Centro-Oeste para sua classe. Esses vagões passaram a operar no transporte de cimento e carga geral, mantendo-se em serviço até o final das operações comerciais da bitolinha, em 1983.

Posteriormente, receberam a pintura da SR-2, como nesta foto do TD-15 em São João del Reyjunto da locomotiva 69 em 1982, foto de Sérgio Martire.

Com o fim das operações da EFOM, grande parte da frota foi demolida, incluindo os vagões La Brugeoise, que tiveram o mesmo destino. Atualmente, restam como exemplares confirmados apenas um em Porto Novo/RJ, um em Campinas/SP, um na malha da antiga CFN e dois na Oficina de Demosthenes Rockert, em Fortaleza/CE.

Exemplares remanescentes em Fortaleza, foto enviada pelo Davi Lucas.

Os Fechados La Brugeoise & Nicaise et Delcuve Leopoldina da Marumbi Modelismo apresentam:

  • Projeto realizado sobre os desenhos mecânicos originais dos fabricante e de medidas tomadas em campo, no exemplar remanescente de Campinas/SP.

  • Chassis fiel, completamente detalhado, incluindo sistemas de vagonamento e freios.

  • Caixa de engate plug-n’-play para kadee “scale” #158 ou #153

  • Truques que aceitam rodeiros Locohobbies, Intermountain, Kadee ou qualquer outro NMRA no caso do modelo HO

  • Truques que aceitam rodeiros Locohobbies 29” HOm no caso do modelo HOm

  • Truques que aceitam rodeiros Kadee 24” On30 em caso dessa escala

  • Decais precisos desenhados sobre fotos e projetos gráficos das tipologias originais.

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